sábado, 26 de setembro de 2009

O grande espetáculo

Quando criança, meu pai sempre me levava ao circo. Nós sempre ficávamos esperando o circo chegar na cidade, para juntos irmos na primeira apresentação. Quando chegávamos, comprávamos pipoca e algodão doce. O espetáculo começava e meus olhos radiavam. As bailarinas que flutuavam, os palhaços sempre tão engraçados, e os malabaristas que pareciam pássaros. O circo era tudo para mim. Eu e meu pai nunca perdíamos um espetáculo. Toda a história do espetáculo existe começo, meio e fim. E nós sempre assistíamos até o final. E hoje essa é a melhor e maior lembrança da minha infância. Os anos se passaram, e eu deixei de ir aos circos. Na verdade, nem eu e nem meu pai nunca mais fomos a um espetáculo. E pensando sobre os grandes espetáculos que assisti, vejo agora - não com o olhar de criança, mas com o olhar de quem sempre descobre coisas novas - que a vida é realmente um grande espetáculo... Frase antiga, mas que hoje confirmo com a vivência. O circo da vida real:

Alguns são contorcionistas, que se desdobram e se dobram na vida para alcançarem seus objetivos. Outros são como os palhaços do espetáculo, sempre muito alegres e engraçados... Mas quando a água dissolve a maquiagem, a velha imagem sempre aparece – as aparências dão lugar a realidade. Existem as belas bailarinas, lindas e graciosas, que são frágeis como o cristal... A essas a vida é sempre um risco, é preciso tomar muito cuidado. Cautela e precisão fazem parte da sua dança. Qualquer passo em falso atrapalha o balet. Outro personagem da vida real são os domadores. Uma imagem enérgica e que sempre com chicote fazem conseguem o que querem. Submissão sempre terá daqueles que o cercam. Com o chicote irão domar até leões. Poucos são os apresentadores de suas próprias vidas. Poucos são aqueles que apresentam o seu próprio espetáculo. Porém, muitos são aqueles que apenas participam com as risadas e aplausos. Muitos são aqueles que não fazem parte do espetáculo, apenas assistem.

Todos nós temos um pouco de cada componente do show cirquense. Fazemos rir e também rimos. Aplaudimos e também somos aplaudidos. No picadeiro da vida real, todos podem participar. Somos o espetáculo do universo. Mas esse roteiro possui um fim. E vivemos hoje no ápice da história do mundo. Estamos assistindo e participando do momento final desse espetáculo terreno. E uma decisão precisa ser feita: Qual papel você irá escolher?

Deus é capaz de mudar o fim da nossa história, quando decidimos nos entregar a Ele. Deus é um Deus de participação. Existem muitos que apenas assistem ao espetáculo. Mas aqueles que participam, mesmo com seus grandes e - aos seus próprios olhos - imutáveis defeitos, podem concluir a sua história com os créditos: "Dirigido pelo Salvador do Universo".


Eu quero.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A lição

No domingo, dia 2 de Agosto de 2009, aprendi uma lição fantástica no programa de televisão “Domingo Legal”. Neste programa, existe um quadro que muito interessante que se intitula como “Construindo um sonho”. As pessoas mandam cartas para a produção do quadro, contando sobre a situação de sua moradia. A história escolhida recebe uma reforma completa, ou melhor, tem a sua casa construída novamente. E neste domingo não foi diferente. A casa escolhida foi a de Dona Ordália; essa senhora deixou sua casa e emprego para ir morar com os pais que estão doentes. O pai de Dona Ordália sofre de três doenças terríveis: Chagas, Alzaimer e Parkinson. A mãe de Dona Ordália possui problemas de locomoção, a sua obesidade não permite se locomover com facilidade, e para isso, Dona Ordália está sempre ali. O apresentador do quadro Celso Portiolli em determinado momento do quadro perguntou quem era a garotinha da foto no quarto do filho de Dona Ordália, e a mesma respondeu que é a sua netinha que faleceu com um ano e oito meses com complicações no pulmão. Portiolli comovido pela história faz a seguinte pergunta: “Mas Dona Ordália, o seu pai com três doenças terríveis, sua mãe sofrendo também com alguns problemas e a sua netinha que acabou falecendo, o que pensar de tudo isso que está acontecendo?”. E a resposta dessa senhora é o que me comoveu muito e me ensinou muito também. Ela respondeu ao apresentador: “Penso que Deus é muito bom comigo... Ele está me dando muita força!”. Penso que não preciso comentar sobre a resposta dessa mulher tão simples, que com palavras tão simples me fez pensar sobre a minha vida. As dificuldades que passo em minha vida não são nem um terço do que essa senhora enfrenta todos os dias. Os desafios que ela possui são como montanhas ao lado dos meus desafios que são como grão de mostarda. E ainda assim ela diz “Deus é muito bom comigo!”... Que lição de vida eu aprendi! Por muito pouco questiono a Deus querendo saber por que aquilo aconteceu comigo... Ou por que estou passando por isso. E esqueço-me de agradecer a Deus por ser tão bom comigo me dando forças para enfrentar as minhas dificuldades. Esqueço de agradecer pela benção de estar viva... De estar bem. No domingo dia 2 de Agosto de 2009, percebi o quanto sou ingrata com Deus em muitos momentos da minha vida. Tenho muito que agradecê-Lo por tantas bençãos... Tenho que louvá-Lo em meio à dor porque Ele sempre é fiel com seus filhos. Aprendi, quem sabe, uma das maiores lições de vida sobre louvar em meio á dor... Jamais irei esquecer!

domingo, 7 de junho de 2009

Mudando.

Olhando para esses poucos meses que se passaram dentro deste lugar, vejo que muitas coisas mudaram. Eu mudei. Isso é certo e lógico. Quem sabe a mudança foi para melhor. Acredito que sim. O habitat antes natural hoje se tornou estranho. Aquelas pessoas que conviviam frequentemente ao meu lado, algumas nem conheço mais. Algumas outras o amor é para sempre - não importa as mudanças. Às vezes me sinto sem ambiente - uma desconhecida - em lugares que frequentava. Realmente as coisas mudam, giram, voltam, transformam. Estar lá e depois aqui. Que mudança! Acredito que são mudanças que vieram a acrescentar ao extremo. Acredito também que foi uma boa escolha mudar de ambiente... Mesmo sendo a mesma vida de sempre, é uma nova vida - Uma velha vida nova. É assim que me considero desde que pisei em novo solo. Os pensamentos se expandiram. A visão de mundo aumentou, mesmo estando isolado do mesmo. Eu mudei - algumas coisas para melhor outras para pior. Fiquei mais chata e mais legal. Acho que mudanças são assim mesmo - tudo sem equilíbrio. Estou feliz! É, estou feliz sim. Me sinto ainda em um processo de adaptação referente ao novo lugar, a nova vida. Mas é interessante pois algumas coisas acontecem para que eu veja que a melhor escolha foi abrir o horizonte e ir. Ir para um novo lugar...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Claridade

O inverno chegou antecipado para a minha página pessoal. Confesso que briguei com este blog e estamos fazendo as pazes nesse exato momento. Após um tempo frio sem postagens, creio que agora é a hora de recomeçar. As vezes esse lugar em que estou não me traz muitas inspirações para escrever... E isso é terrivelmente horrível! Cheguei aqui nesse ano com bermuda e blusa leve; estou agora com uma coberta quente sobre minhas perna, uma blusa bem grossa e luvas... Isso mostra que o tempo passou muito rápido... O verão foi embora ligeiramente e agora o inverno construiu sua morada. Esse tempo que passa rápido demais me assusta (já completei 7 meses de namoro.. como passa rápido)! Tenho milhares de coisas para fazer: tenho um livro para terminar e começar outro, tenho uma matéria para entregar, tenho três programas para produzir na rádio, tenho uma prova de português, tenho que conversar com a Lóren sobre o novo novo blog (Aguardem), tenho que entregar relatórios... Nossa! Quero ir logo para minha casa... Visitar minhas duas famílias... ouvir as risadas familiares das minhas amigas... Quero comer comida diferente... Ter um sábado familiar!
Esse post era dedicado a reconciliação minha com o meu blog... Acho que isso aconteceu... Acabei de lhe contar todas as coisas que ocorrem agora na minha vida! Prometo que o inverno não chegará de novo nesta página... É um erro comigo mesma não postar aqui!
Sorry pelo sumiço ;) Mas estou de volta!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

8 lugares

no lugar da infância existe ainda a mesa antiga de 8 lugares. nela se ouviam muitas conversas, grande falatório. guardo na memória bons momentos na antiga mesa, grandes decisões foram tomadas ali. antigamente nessa mesa os lugares eram completados e até era necessário a ajuda de auxíliares para acomodar todos. passaram vários anos. aqueles lugares preenchidos foram aos poucos ficando vazio. do mais velho ao mais novo, os lugares ficaram incompletos. 2 lugares preenchidos apenas. aqueles lugares que sempre foram ocupados, os lugares mais antigos. em algumas épocas do ano a mesa se completa novamente. mesmo longe é possível sentir que o meu lugar sempre estará ali. posso lembrar que os melhores encontros em torno da mesa aconteciam nos dias de sábado... boas conversas, boa comida, maravilhosas pessoas. hoje sento em mesas desconhecidas, em cadeiras desconfortáveis. mesmo assim, sentando nessas novas mesas todos os dias, sei que o meu lugar não é ali. meu lugar é naquela mesa antiga de 8 lugares que reunem as pessoas mais importantes da minha vida. hoje os almoços de sábado não são os mesmos... faltam várias vozes familiares... faltam aqueles dois lugares antigos, que sempre estiveram ali. em lágrimas escrevo que faz falta os almoços de sábado naquela mesa. é estranho como percebemos certas coisas depois de estar distante... sei que daqui alguns anos terei minha própria mesa onde reunirei minha família, e verei com outros olhos, com os olhos de quem fica, as cadeiras aos poucos ficando vazias, a mesa ficando grande demais. mas nunca deixarei de lembrar e me sentar na mesa da minha vida, aquela antiga mesa de 8 lugares que carrega histórias de uma família. a mesa que carrega também a minha história.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Amor em seus vários significados II

... E ainda existe um outro tipo de amor, na verdade, acredito que existem muitas formas de amar! Mas existe aquele amor solitário, aquele que no frio não é aquecido e no calor não é compartilhado... Aquele amor capaz de superar e enfrentar qualquer coisa afim de que possa ser vivido um dia! Um dia... Mas qual dia? Não interessa o dia... é amor... vai durar! Esse amor é o amor que se apaixona até por meias pretas feias... Amor que entende o silêncio, porém não o deseja... Que espera a resposta... Amor capaz de fazer duras caminhadas apenas pela companhia... Amor que é certo hoje e incerto amanhã... Ou seria incerto hoje e certo amanhã? Não se sabe... É o amor que mesmo não sabendo do futuro mais do que qualquer outro amor ainda assim quer um veredicto final! Amar ou desamar? Esperar ou seguir? Esquecer ou lembrar? Sim, também é o amor de perguntas com respostas, perguntas sem respostas e respostas dadas mesmo sem perguntar! É aquele amor que faz parar de comer e faz comer... Aquele que faz a mente desligar do mundo apenas para ouvir o felizardo dizer:"Oi.. bom dia!" Amor sincero? Sincero demais... Amor que sabe o que quer! Que luta pelo o que deseja! Mas, como qualquer outro tipo de amor: pode acabar... ou melhor, pode cansar! Cansar da ausência... cansar da incerteza... cansar da espera... Apenas cansar! E aquele que poderia receber esse amor deixa passar toda oportunidade... E sabe porque? Porque o amor às vezes dá medo, mas pior é aquele que não tenta enfrentá-lo!
A vida é assim... Alguns que amam mais outros que amam menos... Uns que amam pela metade. Mas quem irá julgar que isso não é amor?


- Texto criado a partir de histórias que ouço.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A cruz

Todos os dias eu subo aquela escada que não é tão grande e difícil e, no meio dela está aquela cruz. Eu não sei o porque me chama tanto a atenção, afinal, já fazem muitos anos que a cruz está ali. Fico pensando na imensidão de pessoas que passa por aquele caminho, por aquela escada todos os dias. Pode ser que muitos como eu por algum instante já se viu parado no meio da escada olhando para a cruz. Falando assim parece que aquela cruz é feita de um material diferente do comum ou algo que realmente chame atenção de qualquer um que passe por ali, mas o interessante de tudo isso é que aquela cruz é a cruz mais simples que pode existir. Feita de madeira antiga, simples, sem brilho, sem beleza, sem cores vislumbrastes. A cruz no seu significado real. Penso também como algo simples e comum me faz refletir tanto ao passar ali. A verdade é que todos que passamos por aquele caminho refletimos naquela cruz. Sua simplicidade e grandeza ao mesmo tempo nos fazem lembrar todos os dias de um salvador ressuscitado! Eu e mais 1.200 alunos subimos aquelas escadas correndo, apressados, preocupados. Mas quando me deparo com a cruz na minha frente, em questão de segundo começo a refletir em todo o seu significado. A sua localização estratégica faz com que aqueles alunos em algum momento do seu dia tão cheio e corrido (seja pela manhã, à tarde ou à noite) parem e reflita sobre A cruz. A cruz simples que pertence ao salvador ressuscitado faz com que eu, indigno de tanto amor e compaixão ache no meu dia tão corrido um momento para refletir na maior história de amor já registrada: Jesus, vindo ao mundo morrer em uma cruz sem brilho e nem beleza pelo meu pecado. Infelizmente reflito e penso muito menos do que deveria refletir e pensar sobre a cruz. Infelizmente quando passo correndo por aquele lugar e nem reparo naquele símbolo de tão grande amor, ela não vai sair correndo atrás de mim para que eu a perceba! Se eu não me achegar aos pés daquela cruz todos os dias o sacrifício ocorrido ali se torna sem valor. Não adianta apenas dizer: EU ACEITO! É preciso viver o sacrifício, honrar o sacrifício, VIVER o sacrifício todo o tempo!
A cruz não irá atrás de mim quando eu passar despercebida por ela, eu preciso ir a seu encontro. Senhor, que todas as vezes que eu me deparar com o símbolo do seu sacrifício que eu me lembre que preciso TOMAR A TUA CRUZ e seguir-te e não apenas admirá-la!

“...Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me...” – Mateus 16:24
Alê Guimarães.